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08
Set 11
publicado por paraisobiblioteca, às 09:00link do post

 

 

Uma ideia interessante; a junção de vários tipos de terror e um final fraco. O livro promete tudo: desde a capa, à sinopse, ao próprio título. A escrita flui naturalmente e a narrativa é bem estruturada.

Um serial killer extremamente cruel assassina mulheres e leva Dan - detentora de um poder que consiste em ter premonições durante os sonhos - a regressar à terra natal. Ao lado do FBI, um grupo de criminologistas médiuns tenta capturar o criminoso que, à medida que a ação se desenrola, parece ter poderes sobrenaturais. A autora consegue prender a atenção do leitor, com a dose certa de mistério e revelando, aos poucos, mais um detalhe ou outro. O problema é que, quando damos por nós, faltam apenas umas cinco folhas para acabar o livro e resolução do caso que se nos vai surgindo é, infelizmente, muito má. Tive a sensação de que foi tudo escrito à pressa e, pior, arruinou-se o final só para haver uma continuidade. Pergunto-me porquê os autores prejudicam as suas obras, que podiam ter finais orgásmicos, tornando-os mornos e aborrecidos apenas para que haja oportunidade de passar para um próximo livro. Fiquei tão desiludida...

Outra coisa que me incomodou foi o facto de Dan ser uma personagem tão sem graça. A irmã gémea, Paris, tinha muito mais personalidade. Isso leva-me a outro ponto: ultimamente só leio livros em que a personagem principal é pobre de espírito, muito insegura, cheia de incertezas, com auto-estimas em baixo. Pessoalmente, acho que esse tipo de mulher só funciona em romances de amor e corações e florzinhas e suspiros. Thrillers, livros de fantasia, terror e noir merecem personagens fortes, não necessariamente boazinhas (eu adoro certas faltas de caráter: tornam qualquer personagem mais credível e atraente), com personalidades bem vincadas. Neste livro isso não acontece e as personagens que assim são têm pouco ou menos destaque.

As cenas que mais gostei foram as que relatavam o assassino, as suas ações, a sua demência. A autora conseguiu caraterizá-lo bem, levando-me a desprezá-lo. Outra inovação foi a introdução dos vampiros energéticos, conceito ainda pouco conhecido na literatura mas que merece, com certeza, um destaque enorme. Embora não tenha sido um conceito exaustivamente trabalhado (a autora poupou nas explicações, dando apenas certas noções essenciais) foi refrescante ler algo diferente. Se o final tivesse sido diferente, eu teria adorado.

 

Nota: 6 assassinatos.

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