A Paraíso recebe, hoje, o Senhor dos Sete Pecados Mortais. Entrevista boa, boa!
P.B: Como é fazer parte de VII Demónios (Estronho) e como foi o processo de escrita?
A Paraíso recebe, hoje, o Senhor dos Sete Pecados Mortais. Entrevista boa, boa!
P.B: Como é fazer parte de VII Demónios (Estronho) e como foi o processo de escrita?
Senhoras e senhores: Cristiano Rosa na Paraíso Biblioteca.
P.B: A Editora Literata lançou, recentemente, a antologia Ventos Poéticos, que contou com a sua ajuda enquanto organizador. Como surgiu essa parceria?
C.R: Em janeiro fui ao evento do lançamento de uma antologia de poesia que participei com dois textos em São Paulo. Achei a experiência de publicar muito bacana e queria conhecer mais de todo o processo editorial de um livro. Quando voltei ao Rio Grande do Sul, entrei em contato com o Eduardo, da Literata, e combinamos de iniciar a obra Ventos Poéticos. Era a realização de um sonho meu e a possibilidade de realizar os de outros autores também. De fevereiro a agosto deu-se o processo de recebimentos dos textos, escolha e contratos. Setembro foi a editoração e, outubro, a publicação.
P.B: Poesia ou contos? Qual a preferência?
C.R: A poesia despertou em mim o espírito de escritor. Comecei escrevendo poemas enquanto era ainda adolescente. Na faculdade, meus professores me apoiavam muito e me davam muito incentivo para a escrita. Depois vieram os contos e comecei a escrever narrativas também. Hoje escrevo poemas, contos e crônicas e todos são importantes, mas a poesia tem um sentido especial para mim, e sempre terá.
P.B: Está organizando alguma antologia neste momento?
C.R: Pouco antes do lançamento do Ventos surgiu a ideia pra uma antologia de crônicas, mas com um diferencial: crônicas fantásticas. Criei uma sinopse e comecei a fazer o blog da obra. Um amigo fez a parte gráfica, como o logo e a capa, e deixei tudo pronto. Assim que lançamos o Ventos Poéticos, abri as inscrições para a nova. A antologia chama-se Crônicas da Fantasia, e recebe textos até dia 31 de dezembro. Blog: http://cronicasdafantasia.wordpress.com/
P.B: Quais os próximos projetos enquanto autor?
C.R: Estou revisando um livro de outro escritor, organizando a nova antologia para a Literata e editando o meu livro de contos para o ano que vem. Tive um conto selecionado para a antologia Quando o Saci encontra os mestres do terror, da Editora Estronho, a ser lançado em 2012 também, e escrevo mais contos para outras seleções.
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Cristiano Rosa é gaúcho e mora em Parobé, Rio Grande do Sul. Graduado em Letras – Português/Inglês, é crítico literário, escritor/poeta e professor. Publicou no livro Imagens & Letras 2 (2007), da Universidade Feevale, em O Segredo da Crisálida (2011), e no Moedas Para o Barqueiro – Volume II (2011), ambos da Andross Editora. Organizou a antologia Ventos Poéticos (2011), pela Editora Literata e teve um conto selecionado para o livro Quando o Saci encontra os mestres do terror, da Editora Estronho. Mantém coluna sobre leitura no blog Litteratus e administra blog sobre literatura fantástica chamado Criando Testrálios.
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Amanda Reznor, paulistana, 23 anos, escreve desde os oito - porque gosta. Também canta, dança, desenha, fotografa, compõe e não se limita quando o assunto é criatividade. Somente em 2011 a autora começou a participar de concursos - até então os desconhecia - e então foi selecionada para umas antologias, convidada para outras, e conseguiu finalizar sua obra principal - Vale dos Segredos. Seja bem-vindo ao meu universo! @AmandaReznor / facebook.com/amandareznor
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Carolina dispensa apresentações. Já aqui falamos sobre as suas dicas literárias. Por isso, eu faço um/a pedido/pergunta à autora. Para quando aulas on-line de escrita criativa? :)
P.B: Escrever dói?
C.B: Sentir dor é natural da vida humana: dor física, dor espiritual. Normalmente, a dor é o aviso do corpo/alma de que algo não vai bem. Mas escrever é um ato voluntário, um apelo da alma. Por que, então, provoca tanta dor? Sim, escrever é um dos processos mais dolorosos, por vários motivos: ora é a palavra que se esconde e somente a encontramos muitos dias depois; ora é o acúmulo de força criativa, vinda sabe-se lá de onde, fazendo da mente uma caixa de Pandora; o contentamento descontente de ver o texto fluir como o mais belo e o mais temerário; o fim da escrita, quando o caos foi organizado e já não somos mais nada. Da obra pronta fica eternamente o medo dolorido de que jamais ouçam a nossa voz.
P.B: Enquanto coordenadora de oficinas literárias acha que qualquer pessoa pode escrever bem? Ou a receita para um escritor que agrade o público precisa de mais ingredientes para além de uma boa construção narrativa?
C.B: Existe uma vertente da crítica literária que concebe o escritor como um gênio inspirado, aquele que nasce com um dom divino e que escreve pelo impulso criativo. No entanto, há outra visão sobre a autoria: escrever é um trabalho árduo, que exige estudo, persistência e vontade. Acredito que seja possível a existência dos dois tipos de autoria. Não dá para desconsiderar algumas genialidades, que parecem trazer na alma uma bagagem de outrora. Porém, os bons escritores sabem o quanto sofrem com o trabalho da linguagem, da reescrita, o quanto persistem para alcançar um poema/narrativa maduro (a). Escrever bem não é para qualquer um; é para quem se coloca o desafio da persistência, da humildade, e sabe que somente abrindo os olhos para a percepção do mundo, poderá captar essa inspiração digna dos génios.
P.B: Publicou dois livros ("O centauro amarelo" e "A claridéia de Percival") de forma artesanal. Pode explicar como foi esse processo?
C.B: Publicar sempre foi difícil para autores estreantes. Quando comecei a escrever, tentei muitas editoras e recebi inúmeras recusas. Entendi, então, que não conseguiria publicar pelas vias normais. Nessa época (2002), trabalhava com cadernos artesanais, para ganhar algum dinheiro; perceber que a técnica poderia ser usada para a edição de livros foi uma conseqüência natural. Pelo período de um mês escrevi os contos de O Centauro Amarelo e produzi com minhas próprias mãos todas as etapas do processo de edição. Foram 180 livros, vendidos em noites de autógrafos, para os amigos e novos leitores. Já em 2008, escrevi A Clarideia de Percival. Cheguei a tentar algumas editoras, novamente sem sucesso. O recurso da publicação artesanal e caseira foi, mais uma vez, a saída. Neste projeto, porém, o processo foi mais complicado, pois o livro é todo ilustrado, o que encarecia bastante a impressão. Produzi 68 livros, hoje esgotados, e não pretendo fazer novos exemplares. Publicar em casa tem seu lado positivo, que é a liberdade de ação, de escolhas e a não-dependência da aprovação de um editor. E, obviamente, tem seu lado menos belo: o trabalho árduo de cuidar de cada exemplar, a condição marginal de não estar em livrarias e de depender de seu próprio esforço para chegar ao leitor. Meu terceiro livro – Flauis – também nasceu artesanal, mas seu caminho foi mais feliz. Vencedor de um prêmio literário, Flauis ganhou publicação gráfica.
P.B: Quais os próximos projetos?
C.B: Acabo de escrever um novo livro e aguardo a análise dos originais que foram enviados para uma editora (grande expectativa!). Continuo a publicar a coluna de Escrita Criativa e pretendo reunir os artigos em livro. Outro projeto em maturação é a possibilidade de oferecer o curso de formação de escritores online, o que alcançaria muitos escritores espalhados pelo mundo. E como a mente criativa jamais cessa, começo a rascunhar o projeto de um romance.
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CAROLINA Dônega BERNARDES é natural de Ribeirão Preto. Graduou-se em LETRAS no Centro Universitário Barão de Mauá. É especialista em “Leitura Crítica da Literatura” (UNESP). MESTRE em Estudos Literários (UNESP – Araraquara) e DOUTORA em Teoria da Literatura (UNESP – São José do Rio Preto). Lançou em 2002 o livro de contos para adultos O CENTAURO AMARELO. Em 2003, deu-se início a relação de Carolina Bernardes com a Literatura Infantil. Inspirada em suas filhas, Bianca e Rebeca, a autora redigiu a obra FLAUIS de maneira original. Em 2008, a autora deu continuidade ao trabalho com crianças (a partir de 11 anos) e escreveu A CLARIDEIA DE PERCIVAL. Em 2009, foi lançado o projeto “Grandes Empresas na Literatura”,promovido pelo Instituto do Livro e Secretaria Municipal da Cultura, com patrocínio de empresas da cidade. A segunda fase do projeto foi destinada a premiar um livro na categoria Literatura Infantil. A autora inscreveu-se no concurso e o livro FLAUIS finalmente recebeu a oportunidade de vir a público. Carolina tem se dedicado ao blog RETALHOS E EPOPEIAS, no qual publica suas criações atuais e oferece dicas e orientações a escritores em formação. O trabalho como professora de Escrita Criativa no SESC (em 2009) e em espaços culturais rendeu à Carolina uma coluna quinzenal no site literário BENFAZEJA, o convite para ministrar o curso em feiras literárias e a abertura do curso de formação de escritores em sua cidade (acontecendo). Carolina também participa de feiras literárias como autora.
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Queridos leitores da Paraíso, gosto de todas as entrevistas aqui publicadas, que gosto, mas quando as pessoas entrevistadas são como a Celly Monteiro, o prazer é ainda maior. Em seguida: um jovem talento da literatura fantástica brasileira.
P.B: Quando surgiu a paixão pela escrita?
C.M: Inconscientemente junto com a minha paixão pela leitura. Lá pela minha infância, quando ela nem sabia como ser canalizada. Quando eu folheava com uma curiosidade a saltar dos olhos os livros de português atrás das leituras para interpretação de texto, quando eu xeretava os livrinhos de bolso do meu pai. Depois vieram os gibis da turma da Mônica e assim por diante. Acho que toda pessoa que gosta de ler, no fundo, também gosta de escrever. Só precisa descobrir que pode. Ousei tentar em um concurso escolar, já então tinha 14 anos. Não consegui concorrer no concurso, mas ele nem mais me importava diante da maravilha da descoberta da escrita. Desde então não conseguia mais parar.
P.B: Participa em várias antologias de contos. Qual a sua favorita?
C.M: É sempre divertido participar dessas antologias. Sobretudo por que acaba sendo um desafio desenvolver aquele determinado tema que ela propõe. Há aquelas em que você nem acredita que vai conseguir e de repente se surpreende. Entretanto, as três primeiras antologias que participei, lançada em 2010: Beijos e névoas, Beijos e Sangue e Poção, Encantos e Assombrações organizada pela escritora Jossi Borges, essas eu as considero as mais especiais. Foram as primeiras, de um tempo em que eu nem acreditava na qualidade do que escrevia e de alguma forma foi o que me incentivou a participar das outras.
Mas se formos falar naquele conto que eu mais gostei de escrever, diria que foi a antologia Histórias Fantástica do Brasil vol. 2 Guerra dos Farrapos. Sobretudo por uma série de detalhes: gosto muito de história, gosto ainda mais do evento histórico da Guerra dos Farrapos. Na época eu tinha acabado de devorar o livro a Casa das Sete Mulheres de Letícia Wierzchowski, um livro lindo, delicado apesar do tema. Então estava cheia da áurea daquele momento histórico, da beleza da escrita da Letícia e escrever um conto no tema foi como mergulhar em tudo isso. Não bastasse tenho um especial apreço pelo conto por que nele acabei me dando liberdade para falar de temas que acho muito especiais, coisas como anjos e a relação de apego entre o pai e seu filho.
P.B: Todo o escritor tem a sua metodologia de trabalho. Pode nos contar como é a sua? Prefere escrever de dia, de noite, em casa, na rua...?
C.M: Sou uma escritora notívaga por falta de opção. Venho de uma família grande e barulhenta. Cheia de pimpolhos correndo por todos os cantos, batendo as portas, adentrando em meus locais de refugio por mais recôndito que ele seja. Como tenho dificuldades em me concentrar com barulho e muito movimento, acostumei-me a escrever enquanto todos estão dormindo.
Para escrita sou um pouco relaxada e intuitiva. Não costumo fazer muita pesquisa. Só quando realmente é necessário. Ainda assim geralmente me concentro mais na idéia, acho que a criatividade pode fazer milagre. Depois da idéia modelada no papel minha intuição me diz o que especificamente preciso pesquisar para dar um realce à história, sem muito trabalho. Talvez eu seja uma escritora preguiçosa no final das contas. Mas apesar disso eu realmente gosto de criar.
P.B: Próximos projetos literários?
C.M: Há um ano venho mantendo um desafio literário com as escritoras Yane Faria e Verônicas Freitas. Consiste em algo assim: uma define o tema do conto que a outra desenvolverá. Geralmente algo muito diverso do que sempre escrevemos. É uma forma de tornar a nossa escrita eclética. Tem sido uma atividade produtiva a qual pretendo manter até quando for possível.
Além deste há outro desafio também ao qual estou engajada. O escritor Alec Silva, um grande amigo, me fez assumir o compromisso de terminar meu primeiro livro solo em um ano. Como não quero desapontá-lo, e sei que já era hora de me aventurar em algo mais longo que apenas contos, estarei trabalhando nesse projeto nos próximos meses.
E claro, há as antologias. Aquelas a qual fui convidada, outras que pretendo concorrer ainda esse ano.
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Celly Monteiro é sergipana, mora em Aracaju, é formada em Gestão de Turismo. Desde pequena cultiva o hábito da leitura, possuindo especial apreço por histórias fantásticas. Participa das antologias: Beijos e Névoas, Beijos e Sangue, Poções, Encantos e Assombrações, Extraneus vol. 2. Além das que aguardam lançamento como Histórias Fantásticas vol. 3 e 4. Sete Demônios; Soberba e Preguiça, Eu Acredito em Fadas, História Fantástica do Brasil vol. 2 Guerra dos Farrapos e Green Death vol. 0. Alguns de seus contos podem ser encontrados no Blog: A fantasista: (http://afantasista.blogspot.com/)
Contato com a autora: marcellym90@gmail.com
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M.D.Amado deveria ter sido o primeiro entrevistado neste espaço. E porquê?, perguntam vocês. Porque foi das primeiras pessoas, fora o círculo familiar e de amizades, a apostar no meu trabalho e isso, meus amigos, vale a vida para quem está a começar. Atenção: a seguinte entrevista foi feita sob ameaça (ahahah). P.B: Como escritor e editor, tem que escrever e ler muito. O que lhe dá mais prazer? M.D.A: O que mais dá mais prazer como escritor é quando começo a escrever sem ter um roteiro pré-determinado, e muitas vezes nenhuma ideia em mente. Simplesmente sentar e começar a teclar, deixando que as primeiras palavras surjam e aí sim, tentar criar um conto, poema ou crônica praticamente sem dar tempo para pensar. Apenas acompanhando as palavras que vão saindo e tentando ligar aquilo a um final que vai surgindo aos poucos. Claro que nem sempre fica bom, mas alguns dos textos que fiz dessa forma, foram textos que receberam muitos comentários e elogios. Como editor, o maior prazer é ver a satisfação dos autores com o resultado da obra, como aconteceu no lançamento do Steampink, no Fantasticon 2011, quando algumas autoras me procuraram no final da sessão de autógrafos. Algumas com os olhinhos brilhando, empolgadas, contando como foi a experiência. Até mesmo autoras que já haviam participado de outros lançamentos, dizendo que nunca haviam dado tantos autógrafos. Isso realmente me deixa muito animado e satisfeito com o meu trabalho e faz valer a pena todas as horas gastas desde a criação da antologia até os momentos tensos, como não saber se vai dar tempo da gráfica entregar e outros detalhes que nos deixam maluco na fase final da produção de um livro. P.B: É organizador de inúmeras antologias e participou em outras tantas. Diga-nos, Marcelo, qual a favorita, aquela pela qual você tem um carinho especial? M.D.A: Ah, não dá para escolher apenas uma. Cada uma tem um significado diferente. Por exemplo, "Necrópole, histórias de fantasmas", publicada pela Editora Alaúde, é muito importante por dois motivos: foi minha primeira publicação em papel e de cara um desafio enorme, porque eu não tinha experiência nenhuma e estava ao lado de escritores que já trilhavam um caminho na literatura fantástica. Aprendi muito com Richard Diegues, Camila Fernandes, Gianpaolo Celli e Alexandre Heredia. Além do mais, até hoje, o conto "O Fotógrafo", publicado neste livro é um dos mais comentados, quando alguém vem comentar comigo sobre as antologias das quais eu parcipei. Em uma outra fase, posso citar dois livros que foram lançados com um intervalo de uma semana, mas que também são muito importantes para mim. "O Grimoire dos Vampiros" foi meu primeiro prefácio publicado e também entrei como autor convidado. Esse livro me abriu várias outras portas. Já o outro livro, lançado uma semana antes, teve um prazer a mais. A Antologia "Poe 200 anos", organizada por Ademir Pascale trouxe-nos o desafio de escrever um conto baseado na obra do mestre Edgar Allan Poe e eu tive a felicidade de ser um dos autores selecionados. Tenho muito carinho por esse livro. E dos livros que organizei fica ainda mais difícil selecionar um só, ou alguns. Mas para não esticar muito a conversa, vou citar a antologia "Insanas... elas matam!", que foi alvo de críticas descabidas antes mesmo de ter a seleção definida, pois alguns "entendidos" diziam que mulher não sabia escrever terror e que uma antologia só com mulheres não iria atrair o público masculino. Pois bem... "Insanas" até hoje é a campeã de vendas da editora. Mas os "entendidos" não aprendem e fizeram críticas parecidas também a "Steampink", com o agravante de acusar a mim, de estar promovendo uma antologia machista por causa do jogos de palavras. Bom... o que posso dizer é que graças a Deus, a maioria das pessoas não é formada por imbecís preconceituosos e "Steampink" também vai muito bem, obrigado. P.B: Quais os projectos para 2012? Se puder revelar... M.D.A: Para 2012 teremos o lançamento da série VII Demônios, Le Monde Bizarre e História Fantástica do Brasil, essas já com suas seleções finalizadas. Além disso, estamos já com as antologias "Brinquedos... eles matam!", "Sexo, livros e Rock & Roll" e "Subúrbia" em andamento, também com lançamento previsto para 2012. Na verdade já temos um cronograma de lançamentos fechado até abril de 2012 e temos outros títulos que não citei aqui, entre antologias abertas, fechadas e romances. Também está em pauta a publicação de três projetos em quadrinhos. Um deles será anunciado nos próximos dias. P.B: O Estronho tem-lhe apresentado novos talentos que você acredita que possam crescer e igualar grandes nomes como o de Georgette Silen, Adriano Siqueira, Richard Diegues e por aí adiante? M.D.A: Com certeza. Tem muita gente boa surgindo nessa nova leva de autores brasileiros e portugueses (inclusive uma pessoa aí, sabe? uma certa entrevistadora). Alguns foram publicados pela primeira vez no Estronho e outros já tiveram trabalhos por outras editoras. Fico com medo de esquecer alguém se fosse fazer uma lista mais completa, mas posso citar aqui Ghad Arddhu, Cirilo S. Lemos, Lemos Milani, Raphael Montes, Valentina Silva Ferreira (ops), José Manuel Rogaciano, Nikelen Witter, A. Z. Cordenonsi, Chico Pascoal, Davi M. Gonzales... Ih, tem mais e provavelmente esqueci alguém da minha lista de favoritos. Tem muita gente boa surgindo e que precisava apenas de chance para aparecer. Claro que todos ainda estão se aprimorando e temos um longo caminho a percorrer. Inclusive a Editora Estronho segue em aprendizado constante. Erramos aqui, ali... mas vamos aprendendo e nos aperfeiçoando a cada nova antologia ou romance publicado. Mas continuamos com nosso principal objetivo sendo o de dar chance a novos autores, sem cobrar pela participação dos mesmos. É isso... Muito obrigado por essa oportunidade, Valentina. E um abraço horripilante a todos! |
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M. D. Amado é mineiro de Belo Horizonte, MG. Analista de Sistemas por acidente, começou a escrever em 2004, inspirado nos contos de escritores nacionais de literatura fantástica. Fã de Ken Follett, Edgar Allan Poe, Ray Bradbury, Augusto dos Anjos, Lord Byron e outros, brinca com as palavras sem compromisso com gênero ou estilo literário.
É autor da insanidade literária "Empadas e Mortes", um e-book gratuito e do livro de contos "Aos Olhos da Morte". O autor participou de várias antologias nacionais de literatura fantástica. É também responsável pelo e-zine R.I.P. - Read in Peace e pelo site Estronho e Esquésito, fundado em 1996 e pela Editora Estronho. Além de entretenimento, o site disponibiliza acesso gratuito para divulgação de contos e obras dos autores nacionais.
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Escritora, resenhista, organizadora de antologias e revisora de textos. Ladies and gentelmen, Miss Estronha, Celly Borges.
P.B: As suas resenhas são conhecidas pela frontalidade e sinceridade que transmitem. Acha que o fato de ler e opinar sobre tantos livros permite-lhe escrever melhor? Por outras palavras, resenhar é importante para um escritor? Sublinhar as qualidades e os defeitos de um autor, como você faz, dá-lhe uma visão mais ampla sobre a sua própria escrita?
C.B: Pelo motivo de ler bastante - menos do que eu gostaria, confesso -, ajuda muito na hora de escrever, sim. Não acredito que o fato de resenhar seja importante para ser um bom escritor, não vejo ligação, o que torna um escritor bom é a leitura, ler muito o faz ter mais assuntos e assim poder escrever melhor. E nesse processo, verificar os erros e acertos conta muito, sim.
P.B: Literatura fantástica brasileira - como vai de saúde?
C.B: A LitFan vem ganhando bastante espaço, mais respeito, ainda estamos aprendendo a caminhar, mas estamos conquistando nosso lugar, sem dúvida.
P.B: Como surgiu a ideia da coleção VII Demónios? Foi difícil a tarefa de selecionar os autores que a integram? Muitos pesadelos? :)
C.B: Estava conversando com o Marcelo Amado e falei em tom de brincadeira que ele poderia lançar futuramente uma antologia sobre os sete pecados, e logo um livro passou a ser uma série composta por 7. Fiz a pesquisa toda em uma semana, enquanto isso soltávamos chamadas sobre o que poderia ser "VII Demônios". Quase sempre é complicado selecionar, há muitos autores bons e com textos igualmente bons, alguns não entendem o que pedimos ou escrevem mal - daí outro motivo de se ler bastante... mas a seleção é uma forma bacana de conhecer mais o trabalho de cada um. Muitos pesadelos que todos poderão compartilhar logo.
Talentosa, bonita, simpática: a senhora que se segue, Mariana Collares.
P.B: Escrever é...
M.C: Escrever é exorcizar-se. É derramar na tela um pouco da própria humanidade. É imprimir um pouco da transitoriedade humana, para tentar existir para além do fim de tudo. É mostrar-se, escondendo-se. É entender-se, lendo-se. É não entender coisa nenhuma e dizer isto em algumas palavras - quase sempre ressentidas da sua própria insignificância e da nossa infinita impossibilidade de decifrar a si mesmo.
P.B: É cronista, por excelência. Que outros géneros literários moram no seu coração?
M.C: Intitulei-me “cronista” na falta de algo melhor para definir o que escrevo. Como a crônica está à margem dos estilos literários, muitas vezes entrando numa estranha sintonia com o conto, e como minhas divagações mais se amoldam a ela, me entendi como cronista. Vejo, entretanto, que meus textos não se amoldam em um único estilo literário, tampouco, e tão somente, à crônica. Vezes há em que estão em tamanha identidade com a poesia, que chegam a inaugurar algo como um “croniconto poético”. Divago, então, entre o conto, a crônica e a poesia para chegar a um denominador comum que a academia ainda não intitulou. Por isso, chamei meus textos de devaneios literários - nome de meu blog e de meu primeiro livro. A par disto, sou apaixonada pelo romance, pela poesia e pelo conto. O realismo fantástico está entre meus favoritos, na hora da leitura, mas não dispenso uma boa prosa, qualquer que seja ela. Então ando por tudo, embora ainda me exprima sob um ou dois estilos mais definidos.
P.B: Certo dia ouvi alguém dizer que os os melhores escritores são aqueles que, para além de respirarem a escrita, são formados em Direito. Que opinião tem sobre isso?
M.C: Não sei se é assim, ao menos não sei se podemos colocar isto como regra. Minha vocação literária é anterior à vocação jurídica. Embora o direito seja uma ciência humana e, como tal, tenha exigido muita leitura, vejo que a literatura sempre andou ao lado, mas sem tocá-lo. Obviamente, um estudante de direito, ao menos em tese, deve possuir estreita relação com a leitura. E comigo não foi diferente. Porém, a leitura que o direito exige é, em muito, diversa daquela exigida do “literato”, ou daquele que pretende seguir a carreira literária. Então não vejo uma relação de causa e efeito entre o direito e a “boa” literatura. Se assim fosse, não teríamos expoentes de peso como Moacyr Scliar, no Brasil, que era médico, para não falar de outros tantos.
P.B: Próximos projetos?
M.C: Acabo de finalizar meu segundo livro, agora de contos e crônicas. Está em fase de análise para publicação em algumas editoras. Mas já conto com novas ideias para novos livros, dentre eles, um romance – este em fase de estudo e captação de dados históricos para compor o pano de fundo no qual a história irá transcorrer.
O blog seguirá sendo um ponto de referência, pois foi dele que saí, e pretendo continuá-lo, até porque vejo que se tornou uma excelente oficina literária e ponto de encontro de pessoas que lidam com literatura - o que muito me apraz. Sigo, igualmente, sendo colunista do Site Comunidade Literária Benfazeja (www.benfazeja.com).
No mais, alguns convites para trabalhar com leitura crítica de originais, mas não sei se terei tempo para tanto.
Enfim, a literatura, que começou como paixão, está se tornando profissão. O lado bom é que continua sendo apaixonante, o que faz com que meu tempo gasto com ela seja considerado mais “diversão” do que propriamente “trabalho”.
Agradeço a oportunidade!
Grande abraço!
Mariana Collares
Contatos:
www.devaneiosliterarios.blogspot.com
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Gaúcha de nascimento, nasceu em Pelotas, em 14 de outubro de 1972, por acaso - os pais estavam fugindo do DOPs (a temida polícia do regime militar) e se exilaram na casa dos avós paternos, onde viveu até quase completar um ano de idade. Seu nome fora o pseudônimo da mãe, usado durante as reuniões e manifestações sociais, e provinha dos livros de Jorge Amado (a trilogia Os Subterrâneos da Liberdade). Mariana era a mocinha revolucionária, mulher de João Amazonas, heroi dos tempos da “comuna” e do imaginário dos jovens daquela conturbada época. Por isso diz ter a revolta em si e em tudo o que cria. Mas uma revolta pacífica e construtiva, como poucas têm condições de realmente ser. Criou-se em Porto Alegre e até hoje se diz “portoalegrense” de coração – a cidade que ama e escolheu para viver. Criada entre os livros, e sempre estimulada pelos pais, aos 6 anos escreveu a primeira redação na escola, impressionando a professora, que chamou a mãe para falar da filha que “escrevia muito mais do que as outras crianças”. Aos 12 já possuía vários diários com muitos escritos, que mostrava para poucos. Escreveu nesta época os primeiros poemas, que foram requisitados pelas amiguinhas e levados para longe... Imagina-os hoje em algum caderno distante, fechado entre gavetas empoeiradas. Aos 13 anos escreveu sua primeira peça teatral. Foi encenada com sucesso na escola e então escreveu outra, ambas de conteúdo infanto-juvenil. Aos 19 anos iniciou o projeto que chamou Devaneios Literários – uma seleção de prosa e poesia que encheu pastas e mais pastas até vir a publicá-la, em 2005,
no blog homônimo. Em 2010 lançou o livro DEVANEIOS LITERÁRIOS (crônicas), pela editora Bookess. Atualmente divide-se entre os afazeres da escrita e a profissão de formação (o direito). Colabora com o blog www.devaneiosliterarios.blogspot.com e o site www.benfazeja.com, em ambos como cronista.
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A seguinte entrevista é da total responsabilidade do autor Mário de Carvalho e foi retirada do seguinte endereço: http://www.pnetliteratura.pt/cronica.asp?id=3283
P. O Homem do Turbante Verde é, de novo, um livro de contos. Trata de quê?
R. Eis a típica pergunta da preguiça. Apetece sempre responder: «do que está lá dentro». Mas dada a consideração que tenho pelo perguntador, sempre direi que é um livro de contos de certa duração que se divide, não por acaso, em quatro partes. Na primeira percorrem-se mundos imaginários de guerra no deserto e aventuras na savana. Na segunda, faz-se a crónica duma juventude que honrou este país, com candura e generosidade, duma forma que mereceria maior reconhecimento (até mesmo pelos próprios, já crescidos). Na terceira, transtorna-se um quotidiano de rotina pela irrupção da estranheza e do fantástico. Na quarta, atravessa-se um mundo ameaçador de crueldade, delírio e paranóia;
P. Este título, O Homem do Turbante Verde não tem nenhuma aspiração a originalidade, pois não?
R. Não senhor. É um expediente pura e declaradamente literário. Um tributo à ficção. Ocorrem-nos logo O Homem que Via Passar os Comboios de Simenon, A Rapariga dos Fósforos de Cardoso Pires», A Mulher de Branco de Wilkie Collins, As raparigas de Sanfrediano, de Pratolini e, no cinema, O Homem do Fato Claro, O Homem do Fato Cinzento, A Rapariga da Mala, e um nunca mais acabar de homens, mulheres, raparigas e rapazes de que me lembrarei amanhã…
Como não é raro (e acontece, por exemplo, em A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho), um dos contos dá o nome ao livro.
O todo (pode ser impressão minha, o leitor dirá) articula-se num conjunto multifacetado que ele próprio faz sentido.
P. Há quem diga que os vertiginosos tempos de hoje não permitem leituras prolongadas. Foi por isso que escreveste um livro de contos?
R. Essa afirmação, salvo o devido respeito, é um tremendíssimo despautério. Uma das incomodidades que tem este mester é ver fervilhar em volta as tretas, muitas vezes ditas por profissionais da área. Tenho prometido a mim mesmo escrever um dia, se tiver paciência, um Grande Livro das Lérias e das Tretas para que não faltará material. Quem se dedica à Física Nuclear, ao Direito, ou à Arquitectura está seguramente mais defendido dos dislates. Mas, ao que parece, todo o bicho careta se sente à vontade para proferir opiniões literárias.
Os textos do Harry Potter ou de O Senhor dos Anéis (para mencionar sucessos recentes) são túrgidos como bíblias. Alguns desses autores kitsch que vejo por aí a querer vender desmesuradamente são autênticos empilhadores de páginas.
Escrevi contos porque é um dos meus trilhos, porque sempre escrevi contos, porque me apeteceu, porque chegou a altura, e porque sim, quia leo nominor. Não para condescender com a suposta vertigem-dos-tempos em que ouço falar desde miúdo.
Aliás, um dos efeitos estranhos desta deliberada ablação da memória a que o capitalismo tem procedido ultimamente é que nos são sistematicamente apresentadas como novidades coisas que já eram decrépitas antes de nascermos.
P. Mas, afinal, Quem é que lê contos hoje em dia?
R. Toda a gente. Algumas das grandes obras da literatura mundial são contos. Um dos maiores autores do século XX que nos deixou a todos encantados quando alguns dos seus textos foram conhecidos, entre nós, nos anos sessenta, Jorge Luís Borges, nunca escreveu romances. E Checov? E Flannery O´Connor? Queres que comece a enumerar outros casos? Dropping names?
P. Isto de turbantes verdes e aridezes e armas automáticas não terá que ver com acontecimentos em marcha, nestes dias de hoje.
R: Sim e ão. Se no conto O Homem do Turbante Verde aparece um drone é óbvio que remete para a tecnologia actual. O turbante verde também tem um carácter simbólico que é hoje reconhecível. Bem como certo tipo de tropa… Mas, por outro lado, eu cresci entre milhentos livros de aventuras e de viagens por distantes areais em que figuravam ferozes «rebeldes», não se sabia bem contra quem, nem em nome de quê.
P. Porquê tanta crueldade num conto como A Longa Marcha?
R. Não conheces o meu lado sinistro? Lê o Conde Jano.
P. Esses jovens que fazem a sua aprendizagem da vida militando na resistência existiram mesmo?
R. Eu não escrevo memórias, escrevo ficção, mas nem sempre esqueço as normas aristotélicas da verosimilhança e causalidade. Estes jovens foram imaginados, mas podiam ter existido. O quadro em que se movem, esse sim, existiu e é tratado numa aproximação realista. Eu sei as implicações que o uso de vocábulos como «ficção» e «realista» têm, mas prefiro ser directo e deixar as congeminações para outro dia.
Devo dizer que graças à generosidade desses jovens de então que, muitas vezes aprenderam sua custa o que era «o povo», nós não vivemos hoje no país sombrio, agachadinho, aviltado que era o do fascismo do meu tempo, com as paredes à escuta e porrada na polícia.
A gente acomodada e oportunista dessa altura era muito parecida com esta e está agora nos partidos do poder, o «arco da tranquibérnia» que vampirizou o país e o levou ao desastre? Sem dúvida, em certos casos até se tratava das mesmas famílias. Mas foram-lhes indisponibilizadas (até mais ver) algumas armas de sujeição: a polícia política, o partido único, a censura, a ordem corporativa, a legislação regressiva, a fraude sistemática, a cooptação no poder, o analfabetismo generalizado, a hierarquia da igreja cúmplice e a guarda republicana por conta.
Mesmo em situação desesperada, é doutro país que se trata, graças também ao efeito repercussivo da acção corajosa de uns poucos milhares de jovens. Derrotado, abatido, defraudado, mas ainda no primeiro mundo.
P. Porque é que és tão assertivo? Por exemplo, há bocado usaste uma fábula de Fedro, que é uma óbvia reminiscência do latim do liceu. Acontece que não falas latim, a maior parte das pessoas não fala latim, o latim está reservado a meia dúzia de heroínas e heróis, que transportam o lume santo na cova das feras. Não parece arrogante, ou peneiroso?
R. Ainda bem que me fazes essa pergunta. Gosto de lembrar que não nascemos ontem. Se escrevo Setúbal, é porque arribaram cá uns fenícios que adoravam um deus a que chamavam Bal. Se escrevo livro é porque uns romanos me entregaram esse vocábulo. Se escrevo guerra, é porque por aqui andaram uns povos germânicos que deixaram a palavra. Se escrevo azeite, é porque estiveram por cá uns mouros… O recurso ao latim/latão mais do que ostentar uma erudição que nem tenho é um apelo à cumplicidade do leitor, lembrando-nos em conjunto de que há alguma espessura nesta civilização.
Quanto a ser «assertivo», não ligues. Também é um fingimento.
P. Estamos a terminar e reparo que ainda não ironizaste a respeito da técnica da auto-entrevista. É um ponto de honra para todos os perpetrantes, não é?
R. Quando aceitamos um jogo, respeitamos as regras. Outro dia, uma estagiária de um tablóide fez-me perguntas absolutamente inacreditáveis a que eu não pude responder por uma questão de decoro.
Assim, ao menos sei com quem estou a falar e qual o grau de instrução do meu interlocutor.
As auto-entrevistas fazem parte daquelas ideias cíclicas que vão ressurgindo, como os folhetins, as mesas-redondas, os cadáveres esquisitos, e os relatos sobre o naufrágio do Titanic. Em si, não têm nada de mal. O grande risco é o entrevistado cair na tentação de se armar em engraçado, seguindo um pouco o espírito do tempo, em que os destinatários destas coisas se arrogam o direito de ser entretidos. Devo dizer que li de esguelha as auto-entrevistas publicadas no JL aqui há uns anos. O autor escreve-se sob a fórmula de diálogo. Podia-se optar por uma conversação entre Filorodos e Anatropos, que dava na mesma.
P. Alguma coisa de que eu me tenha esquecido e que quisesses ainda dizer?
R. São três e tal da manhã. Depois falamos.
Mário de Carvalho
É com enorme prazer que a Paraíso Biblioteca apresenta Alícia Azevedo numa entrevista que vale a pena ler.
P.B: Quem é a Alícia Azevedo, escritora?
A.A: Não sei bem como responder essa pergunta... acho que ainda sou um ser em desenvolvimento. Sabe, cada vez que eu me coloco diante de um desafio e consigo superá-lo, eu me surpreendo. Por isso ainda não sei até onde vai Alícia Azevedo, sei onde começa, só.
P.B: No seu coração mora somente a Literatura Fantástica?
A.A: Acho que depois que você descobre o fantástico o mundo perde a graça, por isso só tem lugar para ele no meu coração. Acho que a literatura fantástica tem o poder de libertar as pessoas, transportá-las. E isso é muito legal. Nada supera essa sensação, bom, quase nada... Um bom livro não é lido, é aquele que você vê enquanto lê e se coloca dentro dele. Quando se chega ao final desse bom livro você pergunta: acabou? Não acredito! Para mim só a literatura fantástica pode fazer isso.
P.B: Em que contexto fantástico você se sente mais à vontade?
A.A: Eu tenho testado vários subgêneros da literatura fantástica, mas ainda prefiro a fantasia. Arcos e flechas, espadas em punho e dragões... mas nada de elfos, odeio elfos. Gosto mais dos humanos, pela sua natureza imperfeita e complexa...
P.B: 2012 - fim do mundo ou um ano de grande inspiração literária?
A.A: Bem, como o fim do mundo só vai acontecer no final de 2012, espero que até lá tenhamos muitas novidades. Acho o fato de 2012 estar tão perto uma coisa espetacular e inspiradora, mas não para se preocupar em como vai acabar, se tiver que acabar ninguém pode fazer nada, mas para se preocupar com o depois. Por isso estou organizando a antologia 2013 - Ano Um. A ideia de tratar da sobrevivência num pós-apocalipse me fascina. Obrigatoriamente é uma temática de FC por se tratar do futuro, mas as possibilidades são infinitas e pouco limitadoras. Dali você pode sair para uma distopia cyberpunk estilo Mad Max a um pequeno vislumbre da alma humana de um sobrevivente. O tema é tão abrangente que não vejo limites no que pode ser escrito sobre isso. Adorei a ideia, a temática, a capa e espero que os outros gostem também e participem para poder fazermos um pós hecatombe o mais variado possível. Para quem não conhece o projeto 2013, dá uma passadinha no site: www.editoraornitorrinco.com.br/2013
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Minha biografia é pequena perto dos grande que andam por aí... Sou carioca, leonina e passional. Fugi do Rio por causa da violência e me escondi em Petrópolis, onde adoro viver com meus dois amores passionais e leoninos, meu marido e meu filho. Nossa vida é caótica e inspiradora. Sempre escrevi, mas passei muitos anos sem fazê-lo. Em 2008 eu voltei e escrevi meu primeiro romance de fantasia que ainda não foi publicado e resolvi que, enquanto esperava ia escrever contos. Foi o que tenho feito desde então, fora uns projetinhos meio doidos que ainda estão amadurecendo. Publiquei alguns, incluindo o FC do B 2008/2009 da Tarja, Poe 200 Anos da All Print, Moedas para o Barqueiro da Andross, entre outros. Depois fui convidada para participar do Sagas 2 - Estranho Oeste da Argonautas e do Sociedade das Sombras da Estronho; e agora, estou organizando o 2013 - Ano Um. Acho que é isso, com uns percalços pelo caminhos... :)
Meu blog: www.alluim.blogspot.com
twitter: @alicia_azevedo
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